Por Raphael de Jesus (Bocage) e Aquilina (Desconhecida)
Logo hoje, em que aconteceu, quiçá, o diálogo mais lendário de toda a história do chat do COF, o Professor anunciou:
Olavo de Carvalho:
"AVISO: Hoje, no COF, teremos aula normal, mas, por causa da reforma do site, sem chat. Não estranhem, ok?"
Fico pensando quantos não puderam tomar contato com estas linhas: um duelo de versos entre dois alunos do COF sob codinomes. Eu era o poeta Bocage e uma outra pessoa atendia pelo nome de Aquilina. Reproduzo o embate a seguir:
Um breve diálogo introdutório:
Bocage
Hoje sou o First / a escrever para vocês / quero aprender outra vez / Para aplacar minha thirst
Aquilina
Ciao, Bocage! Managia ... volevo essere la prima ad arrivare ma già ci sei tu ?! Tudo bem, parceiro?
Bocage
Mir gehts gut
Aquilina
Poxa, pensei que vc só falasse latim e italiano ... Alemão não dá pra mim: não gosto dos visigodos, sabe?!
Bocage
Ora pois pois, sou portuga!
Aquilina
Melhorou ... KKKK
Agora o embate poético:
Bocage
Os visigodos também não gostam de ti / nestas linhas destilo meu ódio / que em meu peito cheira a ópio / observando-a desde aqui
Aquilina
Responde em versos, aedo / pouco importam os visigodos / não mais teme qualquer engodo / quem de ti não tem medo
Bocage
Me pedistes contraprova / dou-lhe o fruto de minha terra / pois em mim a beleza encerra / e encerro esta trova
Aquilina
No entanto devo-te escusas / pelo lapso de sítio / das terras de onde me expresso / te confundi com Ovídio
Bocage
Que'l dommage /aceito tuas escusas / pois só não aprende quem recusas / je suis seulment, Bocage
Aquilina
Não entendo de poetas / A mim faltou o ensino / Mas se errar é humano / Perdoar é divino
Bocage
Cá estou a pensar: / o que Olavo dirias / ao ler minhas poesias / são de rir ou chorar?
Aquilina
Certo, o grande se diverte / Pois o grande sabe entender / quem brinca com as palavras / E não quer aparecer
* mestre (na segunda estrofe) - não sou boa de improvisos, hihihi!
Bocage
Divirto-me com teus improvisos / teus resultados não são adversos / espero que sejas tão bela quanto teus versos / não esconderei sorrisos!
Aquilina
Aquilina é bela por dentro / De fora, depende do cognac / pois de fato sou apenas / personagem de Balzac
Procuras saber quem sou? / Dê um Google depressa / Enfim me encontrarás / Na divina comédia
Bocage
Os óculos não devem bastar / Para ver a beleza interior / no mundo não há primor / que a literatura não possa enxergar
Aquilina
Tua aparência não me interessa / Me basta o teu escrever / Pois, dizem, é mais cego / Aquele que não quer ver
Bocage
O bem escrever é uma sina / que encanta a alma, mas não os sentidos / olhares das belas jovens, passam despercebidos / o homem de talento na solidão termina
Aquilina
Nesse mundo de enganos / personalidades de araque / peço licença se me afasto / 'pra apanhar um Armagnac*
*vinho
Bocage
Concedo-lhe a licença que queria /porém tomais cuidados / o alcoolismo vicia mais que os dados / melhor torpor é a poesia!
Aquilina
Poeta, não te preocupes / bebo sem desalinho / no mais, que mal pode fazer / um simples cálice de vinho?
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